sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Wanderlúcia Welerson Sott Meyer


 Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Wanderlúcia Welerson Sott Meyer é pedagoga, professora, psicóloga, pós-graduada em Metodologia do Ensino, Psicologia Educacional e Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e mãe. Nasceu em Manhuaçu, Minas Gerais, em 04 de agosto de 1967. Mudou-se para Juiz de Fora em 1993. Já atuou em diversas funções como educadora e, desde 2007, publica textos no “Recanto das Letras”. Gosta de escrever e se expressa de forma espontânea. Em 2009, participou do Antologia Poetas Inocentes Vol. 05, com lançamento na Bienal de Belo Horizonte e São Paulo. Interessa-se por questões sociais e consegue traduzir sentimentos e pontos de vista através de poesias, prosas, crônicas e contos.


-- Mulher -

Amar sem medida, sintonia fina da mulher que entrega 
Sonega sua própria alma, entrega-se à lida 
Vê-se perdida em desejos que não são seus.
Que não há trajetória sem lamento 
O que se confere é a vida, os sonhos, os pensamentos. 
Aspirações perdidas nos anseios alheios. 
Segmentadas e veladas.
Submersas e esquecidas. Entrega sutil e delicada.
 Onde o que se aspira é o quase nada.
 Descobrir-se mulher
Confiando cegamente em sua sina É fardo desleal e traiçoeiro. 
Traição infringida por si mesmo. 
Transgressão alienada, perda a esmo.
 Mais forte é viver intensamente 
O que te cobra a vida interiormente!
 Paz, alegria, sem sanções!
 Desejos cobertos de razões 
Que precisam ser vividos densamente.
Nos cálidos e ardentes corações 
Minam sentimentos e emoções.
 Florindo-se desertos antes áridos 
A força da mulher Os deixa pálidos!

Wanderlúcia Welerson Sott Meyer


Reencontro de almas

Essa noite meu espírito foi ao encontro do seu.
Faz tanto tempo que fisicamente nos afastamos
Ainda assim, em dias inesperados e noites de saudade
, Minha alma busca a sua...
Penso ser uma estranha cumplicidade.
Já não creio em amor eterno...
Realmente, se analisarmos pelo prisma da eternidade,
Seria depositar em uma só pessoa todos os meus sonhos...
Pequeno demais para quem muito anseia.
Visualizo diferenças onde via um só caminho...
Minha alma ainda pede presença,
Tanto que ainda perco o raciocínio
Quando penso em especificamente em você.
As lembranças, apesar de distantes...
Hora se tornam tão presentes que, confunde-se com a realidade.
Consumida por um sentimento absurdo de passado,
Vago...
Tentando entender o que inexplicavelmente incomoda,
Justificando meus sentimentos e pensamentos
Sobrevivendo às tempestades que me reserva à lida...
Tudo em vida reporta-me aos momentos que passamos,
Palavras ditas e sentidas,
Longas dores de solidão e ausência definidas.
À medida que os anos passam
Minha face já não apresenta viço,
Meu ser ainda pede sua presença...
Ligação insana de alma retida,
Estranha inconseqüência de quem jamais se sentirá liberta.
Desperta,
Faço-me realidade...
Há no olhar, traços definidos de saudade.

Wanderlúcia Welerson Sott Meyer


Silêncio interior
.
Traduzo em silêncio as aflições que persistem
Detendo a serenidade íntima
Transpareço calma, impassível

Recuo a tempo de compreender a realidade
Dispondo-me das atitudes de reclusão
Desvencilhando-me do delírio
Barco à deriva
Delibero forças internas
Ocultas e até então desconhecidas
Para retornar à rota firmo o leme
Ainda sonho com portos seguros
Esgotada pela lida prolongada
Amadurecida por circunstâncias que assombram
Silencio a fala
Para que a alma expresse o que lhe acomete
Pouco ou nada se sabe
Nem mesmo o que lhe cabe
Retratos, lembranças, amores, ardores e odores
Fundamentos equivocados e confusos
Esquecer é a ordem!
Desordem necessária e abstrata
Conceitos distorcidos, equívocos
Pedaços...
Mosaico interno, psique alterada
Silêncio temporário e transitório
Desejo de viver!
.
- Wanderlúcia Welerson Sott Meyer -