segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dáguima Verônica de Oliveira

Dáguima Verônica de Oliveira é professora de História Geral, divorciada e mãe de três filhos. Mineira, nasceu e reside em Santa Juliana/MG.

Em se tratando das emoções, uma pessoa apaixonada pelas letras, seja na prosa ou na poesia. Nunca escreveu profissionalmente, embora escrever para ela seja um prazer indomável. Ama fazer versos.

Dáguima costuma dizer o seguinte: “Degustar versos me leva ao encontro de uma alegria prazerosa, repleta de paz e emoção: Uma verdadeira terapia! A poesia que me seduz é aquela que me provoca emoção, por menor que seja, e proporciona algum tipo de mudança, mesmo que momentânea".

E prossegue, dizendo o seguinte:

"Por tudo isso não tenho um gosto exclusivo. Para escrever opto, mais ou menos, pela métrica do cordel, embora nem sempre sigo à risca o esquema rítmico proposto no mesmo. Amo trovas e haikais. Também gosto de rabiscar a poesia livre. Raramente faço um soneto...Na verdade escrevo a emoção, seja ela em qualquer estilo. Resumindo: POESIA para mim é viver!!”.

Contato:
veropoesia1@yahoo.com.br

Sites:
http://www.falandodetrova.com.br/site/D%
C3%A1guima%20Ver%C3%B4nica

http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=58839

http://daguimaveronicadeoliveira.blogspot.com/

http://veroversejando.spaceblog.com.br/

Jornal da Cidade Online
http://www.jornaldacidadeonline.com.br/leitura_artigo.aspx?art=2555


COMUNIDADE OFICIAL "JORNAL DA CIDADE ONLINE".

- VIDA SERTANEJA -
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=105923710&tid=5648070397696834993



Às vezes vento selvagem, outrora sou brisa...
Sou emoção...
...eu sou poesia!...

No silêncio do meu grito
ouço a voz da solidão...
Nos meus versos deixo escrito
como está meu coração.


Essa trova me define...

Não quero viver em vão,
quero o avesso dessa malha,
tricotar com minha mão
o reverso da medalha.


Trova premiada em Curitiba – 2010

Eu me lembro, com saudade,
da madrugada de outrora,
mamãe, na extrema bondade:
-“ Filha acorda, está na hora.”

Dáguima Verônica de Oliveira


VIDA SERTANEJA

O cantar dos passarinhos
borbulhando em minha mente
numa saudade eminente
traz de volta os meus caminhos.
No quintal velha mangueira
dando sombra à churrasqueira
o lazer dos meus vizinhos.

Nas cordas do violão, mora
o fio de toda emoção
arrochando o coração
fazendo gemer quem chora.
Lá na porta da cozinha
suspira fundo a mãezinha
lembra alguém que foi embora.

A fumaça dribla o choro
da moçada no quintal
vão disfarce, não faz mal,
desse jeito dá namoro.
Sertanejo tem na raça:
- É na dor que vem a graça
da fortaleza de um touro.

Essa vida do sertão
cobre o leito do presente
abrigando a minha mente
com coisas do coração,
mesmo assim eu passo frio
tenho meu leito vazio
não tem corpo essa ilusão.

Dáguima Verônica de Oliveira


EU ACREDITO EM PALHAÇO

Flor que solta água do peito
sai das mãos desse palhaço,
pois já não sei o que faço
deitado aqui nesse leito.
Com tanta dor não tem jeito
de libertar o meu riso,
da sua graça eu preciso
para espantar minha dor!
Derrame água dessa flor
e vem colher meu sorriso.

Venha comigo sorrir,
eu acredito em palhaço!
Venha alegrar esse espaço,
não deixe o sonho fugir,
eu já cansei de dormir,
eu já cansei de chorar
e já nem mais sei rezar.
Palhaço, aqui nesse prédio
estou morrendo de tédio,
eu só quero divertir.

Dáguima Verônica de Oliveira/


TROVAS

Singrando os mares da vida,
rasgando a linha do espaço,
no coração a ferida
que a saudade fere a laço.

*
Quando a minha inspiração
se retira e vai embora,
eu procuro a solução
descobrindo onde ela mora.

*
No palco rude da vida
é preciso ser palhaço:
Ver chegada em despedida,
puxar a sorte no laço.

*
Na competição da vida,
ganha quem sabe parar.
Parando vence a corrida
que te leva a caminhar.

*
Do vale emergi ao topo,
da relva virei madeira,
do poço fui ao escopo
e em tudo fui verdadeira.

*
Eu tenho aqui na garganta
o meu grito aprisionado,
não sai porque não adianta
gritar ao velho passado.

*
Fugir de mim mesma, ousei,
não pensei nas consequências;
chegando lá não me achei,
eu não tinha referências.

*
Voltando para viver
perco minha identidade,
não poso sobreviver
amarrada na saudade.

*

Silêncio...um grito de paz,
timidez dentro de nós,
são lírios que ávida traz
perfumando a nossa voz.

*
Lágrimas são confissões,
do coração, extirpadas,
rendidas nas emoções,
pelos olhos libertadas.

*
As mais lindas melodias
nascem em tempos de dor,
enquanto , em vidas vadias,
cultivam o mau humor.

*
Meu Deus, quando estou de pé
vejo as sombras da cegueira,
se caio, já brota a fé;
na queda me sinto inteira.

*
Enquanto me redesenho,
faço o esboço do passado:
quero ver o que eu mantenho
pra deixar como legado.
*
Dáguima Verônica de Oliveira