segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Juscelino Vieira Mendes


Advogado, Professor de Direito e Filosofia, Escritor e Poeta.

Sou professor universitário (graduação e pós graduação), graduado em Direito, Mestre e Especialista em Filosofia (PUC Campinas e Unicamp), com Aperfeiçoamento em Direito na França um e em Liderança nsa EUA.

Juscelino Vieira Mendes, Nasceu na Bahia, em Vitória da Conquista, radicado em Campinas, SP.
Militei no MR-8, não final da Década de 60 e Início da de 70, em Busca por democracia no Brasil, e, Sobretudo, Melhores condições de vida parágrafo O Nosso povo.

Autor de Diversos Textos jusfilosóficos publicados em Revistas Especializadas.
Autor do Livro "Balé do Espírito", poemas Reunidos, e Já Participou de coletâneas com Diversas Outros Autores.


OBRAS & PARTICIPAÇÕES

NOVA Coletânea DO CEPAC
Ed. Komedi - 1998

II Coletânea Komedi
Campinas - Ed. 1998

Saciedade DOS POETAS VIVOS
Coleção de Poesia - Vol. XIII
Seleção de Textos POR Leila Miccolis
Ed. Blocos, Rio de Janeiro, RJ.
Lançamento - 26/03/1999.

O poema "Nu Como hum Yanomami" foi selecionado Pará Publicação na Vila do Conde, Portugal, cabelo EISPOESIA, em abril de 1999, na Coletânea Exposição do Movimento, em Homenagem ao poeta José Régio cabelo trigésimo aniversario de SUA morte.

BALÉ DO ESPÍRITO
Reunidos Poemas - Editora Komedi, 1999.

IV Coletânea Komedi
Campinas - Ed. 2000

V Coletânea Komedi
Campinas - Ed. 2001

Antologias - POETAS 2001

Poetas 2001 surto Apresentando Vinte e hum Autores de dez Estados brasileiros:
BA, DF, ES, MA, MG, RJ, RS, SC, PR, SP, Uma in
obra de temática, Tendências e Estilos Variados.
Ed. Blocos, Rio de Janeiro, RJ.

Reportagens:

Instituto Haggai
Reporter Staff. 25-Nov-2002
Maui, Havai, EUA:

Do marxismo ao inspirados HI Unido trabalho

O Liberal - Crônicas e Poesias:
Como Chamas de Almas Mortas

Tribuna do Direito:
Fim Natural

Boletim Literário - Editora Komedi:
Balé do Espírito

Jornal A TARDE:
Notícias

Jornal O Município:

Entre um Toga EO Sonho
Diário do Sudoeste:
Entre um Toga EO Sonho
Diário do Sudoeste:

Conquistense E destaque literário em São Paulo

Jornal do Sudoeste:
Escritor Conquistense compõe 2ª edição
de Coletânea Literária

Jornal do Brasil:
O Caso eA causa do índio Galdino

Filosofia do Direito

Programa de Ensino e Ementa
O Mito da Caverna

O Príncipe de Maquiavel e Suas Lições
Metodologia da Pesquisa Científica

Pós-Graduação - Direito Empresarial e Processo Civil
Portaria nº 1886, de 30 de Dezembro de 2004

O Problema da Teoria do Método Científico
Programa de Ensino e Ementa

Cronograma de Atividades
Zetética e Dogmática

Liderança Avançada
Palestras

Lição propedêutica
A Estratégia do Golfinho



Textos de na internet:

http://geocities.yahoo.com.br/eticaejustica/textos.htmlhttp://geocities.yahoo.com.br/eticaejustica/textos.html

http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=146&flag=nacional

http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=146&flag=nacional

http://www.secrel.com.br/jpoesia/jvm.html

http://www.haggai-institute.com/News/NewsItem.asp?ItemID=142

http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=126&rv=Literatura

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EU ERA MEU BRINQUEDO

Meu Brinquedo
Ue
Meu Época Brinquedo:
Nas enxurradas
Nas tanajuras
Nas barrocas
Nas areias -
Que desciam da serra e ficavam -
Nos arcos-íris
Pirilampos nºs
Nas bolas de meia
Babas nºs
Nas bolas de gude
Piões nºs
Nas Borboletas Amarelas:
Materias-primas de Meus castelos
Que desvaneciam Tão Rápido Quanto Meus sonhos
Em Conquista.
Eu era O Que restava de alegria,
Pássaros imitando OS,
Curumim de MIM MESMO e
De Minhas circunstancias.
Ue,
Meu Brinquedo.

*Juscelino V. Mendes *


Nu Como Um Yanomami

Percorro o meu interior
E me Vejo Como nu hum yanomami.
Ando Pelas Encostas do meu Ser
Vejo claramente como e Florestas
Largas e repletas de Árvores fortes e floridas;
Largas e repletas de Frutos maduros;
Largas e repletas de plantas verdes.
Ando em Meio As Arvores e NÃO percebo o bosque.
em Meio AOS frutos e NÃO Posso comer;
em Meio como plantas e NÃO SINTO o Seu aroma.
Caminho em Direção ao Rio Que Vejo ao longe;
Rio Que Tem Curso calmo.
Às vezes SUAS Águas, Que Nunca São como mesmas,
velozmente descem Ao Encontro de hum mar
Que É Só meu, Único e indescritível ... impenetrável.
Ando Ao Encontro desse rio, Cujas Águas São Azuis,
e Chego exausto e trémulo.
Nele, molho a minh'alma Que se encanta e se enleva,
e Chego a perceber o bosque: Imenso e Úmido.
Ouço o cantar dos Pássaros!
E Como dos frutos das Árvores Próximas: maduros e Doces, que me São Permitidos comer!
E SINTO o aroma das plantas adjacentes: perfume silvestre.
Cheiro suave!
Sigo atravessando o rio e NÃO Desejo Chegar.
Como SUAS Margens AINDA estao largas,
mas se estreitam a Medida Que Caminho:
uma Passos lentos e inseguros Firmes ... as vezes. NÃO DESEJO AINDA Chegar.
Como SUAS Águas continuam a Bater NAS Encostas do meu ser.
Volto-me a MIM e reconstituo o Caminho de Volta.
Deixo parágrafo Trás hum rio lento e suave um Caminho do Mar, that NÃO Consigo enxergar, AINDA Que o Veja: Não Estou Mais nu, Não me conheço. Continuo, contudo, um yanomami.

*Juscelino V. Mendes *

Paris

"Como um artista, um homem não tem casa em
europa salvo em Paris "¹

Ecce Homo - Friederich W. Nietzsche

Via-a de relance
de soslaio, Como hum triz
Visão de Um romance,
em sonho, era Paris.

Aprazível E ver Exposição no Petit Palais ²
E Caminhar POR Montparnasse ³
Sentir Les Fleurs du Mal, Baudelaire 4
Bom Seria se passasse NÃO!

Como Definir? Quimeras Sé
Se verdadeiro,
Se TEUs Bulevares, deveras,
te engalanam de Modo abissal?

És o proprio sonho, Paris
cuja FRAGANCIA Lembra a fazer anis.

*Juscelino V. Mendes *

DIREITOS RESERVADOS. Para citar este poema:
Mendes, Juscelino V. - Paris. Página de Juscelino Vieira Mendes, Seção "Poesia".
Sítio http://planeta.terra.com.br/arte/juscelinomendes/, Internet, Campinas, 2003.

*
És pura elegia!
(P / Steve Jobs)

És Implacável,

Inexorável.

Não Te importas com o ritmo:

Escolhido.

Vivido.

Sofrido.

És pura elegia!

A inexorabilidade da partida, Não obstante OS DESEJOS vãos, Naos OU; a construtividade na Descoberta da Ciência; uma filosofia da vida, enfim. Obrigado, Steve Jobs, POR tornar um Nossa existencia Mais Fantástica com o SUAS Descobertas! ...

*Juscelino V. Mendes *


Tragedia PREVISTA E REVISTA 




Vídeo: Brasil - Cazuza
Link:
http://www.youtube.com/watch?v=UDuoe729egU&feature=player_embedded

*Juscelino V. Mendes *


Ayrton Senna

A cena bela,
reviver uma vitória
na Amazônia Arena
de Fantástica História,
e veloz Passagem de Ayrton Senna

*Juscelino V. Mendes *


Metamorfose

Sobre o meu poema pascal:

À partir da Metamorfose de Kafka, o poema Tenta Revelar a Situação do Ser Humano, demasiadamente humano, AINDA Que No Caminho inverso Ao delineado POR Nietzsche. Seríamos Todos Gregor Samsa? Nabokov, magistralmente, descreveu-SOE A Proposito de "Metamorfose". A Bíblia, de forma completa e Perfeita.

Metamorfose

Esgar de Ordem definitiva. 
Queda Pará um Escuridão de
lago SEM Lua e Estrelas sem. 
Água salobra infamante,
de amargor eterno. 
Para o Caminhar sem Brilho de estrela fugaz da manhã¹,
Que Caira com uma chave em Suas Mãos 
manchadas de sangue 
não Poço do abismo.
Absinto.

(...)
*Juscelino V. Mendes *


Triste Educação brasileira

A Mídia noticiou de hum professora, Que em lugar de ensinar Quer Chamar a Atenção.

Qualificar o professor tal não Ensino Médio em Brasília de "professor de filosofia", e Um acinte à Filosofia; aceitar um SUA maluquice e comparar Isto É à ironia de Sócrates, Como fez hum professora da Universidade de Brasília, e Um desrespeito a Sócrates, à Filosofia e Conhecimento Científico Ao. 

O Brasil TEM Cada Coisa! 

("É Sério ISSO?" - Pergunta uma aluna sem papel Chamado de "prova"). 

Tristes Trópicos. 
Triste Educação brasileira.

*Juscelino V. Mendes *


Servidão Voluntária

O Período Mais aborrecido parágrafo MIM E o Mês de março, Quando terei de Entregar a declaração Minha fazer Imposto de renda e me Lembrar Que trabalhei no ano anterior, Chamado de base, 4 meses Só Para o Estado arcaico, ineficaz e corrupto Pará LHE Pagar o Imposto de Renda do ano todo, Feito hum servo Útil. 

E lastimável o Quanto se paga Pará viver no Brasil, sim, o Quanto se paga Pará se 'hospedar' no Brasil, desde Que se nasce, Correndo de Todos os Riscos inerentes a Um país repleto de Ladrões de Todos os matizes. ISSO SEM OS DEMAIS Contar tributos! E Incrível Como Deus Nos dotou a Todos Nós, Os brasileiros de bem, Trabalhadores, fazer dom da Paciência e da Sobrevivência, POIs O Que somos na Verdade é isto: so-bre-vi-tes-ven! 

A Minha Imagem e Aquela de que me dou Conta de Estar num falso paraíso (fiscal?) E tento PROCURAR como Saídas Para Fugir, Mas o principal, e Possível, de e da Administração Pública, obstaculizada Pela Presença de gigantes horríveis e mal encarados, that Não Me deixam Passar, Porque sou escravo, Porque sou servo. 

Na Verdade, O Que Mais dói E NÃO ter Votação parágrafo algumas das Perguntas de Étienne de La Boétie (1530-1563), em SUA obra "O Discurso da Servidão Voluntária": 

"De Onde Um Só tira o Poder parágrafo Controlar Todos?", 

OU, 

"A Proposito, se porventura nascesse Hoje Alguma gente novinha, NEM acostumada à sujeição NEM atraída Pela Liberdade, Que de Uma e de Outra NEM MESMO o nomo soubesse, se propusessem LHE Ser servos OU viver livres, Com que leis concordaria?" 

E me Lembro Daquele presidente gringo (Benjamin Franklin), outrora Determinante, TAMBÉM, nessa ilha (Hoje, o de Outra ilha, this real, E Que Dá also como cartas), Mas que me parece acertada uma frase sua: 

"Na vida, por isso, existem DUAS COISAS Certas: Impostos OS ea Morte". 

Vou aguardar, portanto, a Segunda, Para sair Dessa ilha Imaginária e nunca mais me aborrecer com essas Coisas, Muito Menos com sos gigantes horríveis, corruptos e ineficazes.

*Juscelino V. Mendes *


A Mulher

Nietzsche, cabelo visto, Não entendia de mulher, e TALVEZ POR ISSO tenha enlouquecido, OU POR PROCURAR entendê-la Ao Seu alvedrio, LA sei. Na Verdade, E Fato Que, VOCÊS SEM, Mulheres, O Mundo Seria terrivelmente chato, sem graça e solitário. De: Não acreditam Que se POSSA Morrer de solidão? Pois morre-se. VOCÊS SEM, teríamos em nos o Sentimento de Um náufrago, embora Alguns consigam, Como Não Sei - e NEM quero saber - Navegar POR Águas Turvas e Iguais. VOCÊS SEM, Mulheres, a Escuridão estreitar-NOS-ia num abraço cúmplice e Destruidor DESDE a infância. Entao, Que o Brilho Deste dia reservado testemunhe de Deus A SUA grandeza Criada: a mulher! 
Beijos.

*Juscelino V. Mendes *


Rubem Alves - Paz e doçura Ao Seu sono!

Hoje fui me despedir de meu amigo Rubem Alves, Que Já NÃO estava Los Angeles, Porque Sua Alma Já se fóruns. Vi APENAS Seu Corpo inerte, corrompido Pelas Marcas do Tempo e labutas da vida. De SUAS labutas e Reflexões pretéritas ficaram Coisas Belas: filosofia, romance, Ciência, e, Sobretudo, poesia. O dia Ficou Cinzento, embora houvesse sol; Ficou com jeito de chuva, embora o Céu estivesse com o Seu azul intenso. Paz e doçura Ao Seu sono, e, AO Acordar, Que se Sinta, Como ELE MESMO Dizia, "um barco desamarrado fazer cais"!


NÃO MAIS Serei

Mais de: Não Serei
Acontecerá QUALQUÉR num VOO, 
Automóvel, 
guiando OU guiado, 
pedestre 
desatenção numa, 
pensando no Movimento Primeiro 
"Trois Gymnopedies" de Satie? ...

Numa Explosão no mar, 
batida brusca, 
hum leve desaparecer, 
Lendo, Escrevendo 
hum Livro, Linhas Cujas sumirão 
Feito Névoa?

Mais de: Não Serei 
nada 
QUANDO ELA Chegar; 
Não Será Mais 
nada 
QUANDO eu me para.

Contudo, estarei Além do rio 
em Ruas de Ouro 
sempre para.

*Juscelino V. Mendes *

Arrepio-me de Olhar A Cidade Que Mais gosto, Neste dia de Manifestação Política Pacifica, POIs foi here that, menino AINDA, manifestar-me pude Politicamente, e de forma nada Pacifica, contra um militar Instalada Ditadura. MUITAS vezes nessa bela Avenida Paulista, nos ano 70, pude Imaginar o quão séria fundamentais a democracia, a Busca por me enquadrar Como Cidadão e amar Um país maravilhoso Como este. Valeu a pena Esperar. Assim Como Os Mais Jovens TAMBÉM PODEM Esperar Que o Brasil Deixe de Ser adolescente e se Torne hum adulto Que respeite OS SEUS Filho.

*Juscelino V. Mendes *


Gosto mais dos rios

Gosto mais dos rios, que dos mares. Os rios são próximos. Pertencem às nossas cidades, às nossas aldeias. Os mares são distantes, um sem fim de águas perigosas, imensas. Os mares são salgados, sem margens e infinitos. São violentos, com os seus tsunamis devastadores. São belos, sim; e por isso mesmo conduzem as sereias, com seus cantos sedutores e ilusões para a morte, a caminho das Ítacas do mundo, a exemplo de Ulisses em magnífica narração de Homero. Os rios, não, correm pelas nossas aldeias e suas águas são doces, amenas, próximas. Sentimos a sua musicalidade no correr das águas. E, no dizer de Heráclito, indicando o movimento, as suas águas nunca são as mesmas! Cada um pode amar o seu rio particular. E como liricamente escreve o poeta Fernando Pessoa em lindo poema:

"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia."

É profundo. É simbólico. É tremendamente doce e lembra-me o rio Piripiri, hoje Verrugas, talvez tenha novo nome por ser tão poluído, mas que corre pela minha aldeia e reflete a proximidade das águas que banham a minha alma entristecida, mas saudosa dos cantos dos pintassilgos em suas proximidades e que me tornavam um ser do sertão, do rio e não do mar.

*Juscelino V. Mendes *


As Flores Exalavam Silêncio...

O espaço, maior que o destino, 
abarcava alguns em desatino 
estampando dor em inteireza. 
As flores exalavam silêncio... 
De perfume acre, 
em lacre 
fremiam no incêndio. 

O ambiente abafado e triste 
lembrava-me a mim, 
com dedo em riste: 

agora você existe! 
Amanhã será assim. 

*Juscelino V. Mendes *


Sem Ecos no Silêncio Agora

"Donde no hay ecos el silencio es tan horrible como esse peso que no deja huir, en los sueños."
La Invención de Morel - Adolfo Bioy Casares


Saboreamos pelo tempo vivido 
a parca alegria oferecida 
neste palco de tábua embevecida 
no pulsar de coração aturdido 
Tristezas ensolaradas, frias 
passagens de tempo presente 
de vivências pretéritas no ingente 
afã de buscar significado nos dias 

Astros movidos por leis particulares, 
dependentes de vãs lembranças 
que desmoronam frágeis pilares 

De dor em dor; em desesperança: 
desarmonia de ossos e nervos 
em bucólicos vilares.

*Juscelino V. Mendes *


Frenesi Em Flor

Guiado por luz fosforescente 
penetro tu´alma feito andarilho 
que adentra, sem empecilho, 
os portais de catedral, clemente. 
Alojo-me na ingente esperança 
de ficar e de não ser eu obrigado 
e instado a permanecer arado 
nas veleidades de um ser lembrança. 

Enxergo nas águas escuras de tu´alma 
a luminosidade nascida pela pujança 
de um vento que me acalma... 

E me absorve num frenesi em flor, 
se abre com o cheiro de teu amor 
e alcança o âmago de minh´alma.

*Juscelino V. Mendes *
Campinas, Noite calma e fria de 7 de junho/97


Puros Olhos
Para Emil Sinclair

"Os filhos são herança do Senhor,
e o fruto do ventre o seu galardão."
Salmos 127:3


Tudo mudou 
agora como nunca 
nunca como agora. 
Olhos negros — castanhos talvez — desconfiados me olham. 
Fitam-me como se um estranho eu fosse, 
repletos de ternura — puro amor candura... 

Olhos que me deixam desatinado. 
Puros olhos que olham: 
impuros olhos repletos de tristeza e melancolia; 
de ódio e rancor, às vezes repletos de amor... 

Na alegria, no afeto e na esperança. 
Tudo mudou! Você chegou! Amado antes de vir: 
quando respirava por outros meios, que não os de agora, que não os de fora. 
Filho desentranhado no calor, olhar-nos-emos sempre com amor?...

*Juscelino V. Mendes *
Campinas, anoitecer ensolarado de quinta-feira, 6 de janeiro de 1977.


Chuva

Chuva, chove 
Cai, mata, desce veloz 
Torrencial, matinal 
Desgraçadamente sobre eles, nós, todos... 
Inunda, transborda rios: de sangue! 
De água, sem cessar... 
Continua matando, transbordando 
No estado do Rio; do Paraná; de São Paulo e do Ceará... 

Nada de água; água prá nada. 
Fogem de lá prá cá... enchente...ingente, indigente! 
Para morrerem de sede; de fome 
Sem amor, de dor, de saudade. 

Sem saudade; de amor... 
Continua caindo, sempre 
Molhando, invadindo 
matando-os; não eles... 

Não latifundiários; não os bons 
Somente os maus 
Desce, chove 
cresce, enche 
Mata a fome: de fome 
Uns, outros, todos... 
(...e inunda-me também o coração!).

*Juscelino V. Mendes *
enchente de janeiro de 1977.


Sestina do Shema
I
São palavras ordenadas por Deus 
para alcançar de Suas criaturas o coração 
que está longe pós-queda sem poder, 
com arrogância e tristeza n'alma. 
Portanto do único Senhor ouve 
a fim de que possa ser 

II 
É suprema a graça daquele ser 
que busca, na sapiência, e ouve; 
que ama, com exaltação, ao único Deus; 
que O adora de todo coração 
e com profundidade e beleza de toda a sua alma 
recebe Suas palavras de poder 

III 
e, intimando à prole desse poder, 
assentado em casa e com o fervor do coração; 
andando pelo caminho aberto por esse grande Deus; 
deitando, para o descanso e renovação do seu ser; 
levantando de manhã, ouve! 
E atando as palavras ordenadas por sinal na sua mão, 
com alegria n'alma 

IV 
entre os seus olhos, que são as portas dessa alma, 
e por testeiras que identificam O Deus, 
escritas serão nos umbrais de seu coração. 
Da casa, cuja entrada, dignificará o seu ser; 
nas portas, para que tenha poder. 
Portanto, ouve! 

Por que, Israel, não ouve, 
para o bem de sua alma? 
Se na boa terra o introduziu Deus, 
que havia jurado a seus pais, poder! 
Emanado de Seu Ser, 
de Seu Coração! 

VI 
Quem amou d'Abraão o coração? 
Quem tornou a Isaque um ser? 
Quem do Senhor recebeu poder? 
Quem edificou a sua alma? 
Portanto, Israel, Ouve! 
Porque a tudo ordenou Deus... 

VII 
que o tornará um ser de poder 
e de alma edificada para o bem do coração 
se ouve, Israel, quem o tirou da casa da servidão: Deus.

*Juscelino V. Mendes *
2 de janeiro de 1997.

*****
Como será o céu?

Lá no céu, como seremos? 
Estaremos a industriar, adorar 
cantaremos, 
ou vamos só amar? 
Pensar no amanhã sem lida 
é tão intrigante e fascinante 
quanto pensar nesta vida 
que nos é tão delirante 

A vida é prêmio e felicidade 
que recebemos num instante 
a caminho da eternidade 

É magnifico o céu antever 
como lugar dos justificados 
na ‘insustentável leveza do ser’.

*Juscelino V. Mendes *